A outra parada de Jacques Villeneuve
- Alex Neres
- 31 de jan. de 2019
- 2 min de leitura

Jacques Villeneuve foi realmente um grande piloto. Mesmo hoje sendo conhecido como um falastrão, que chama a atenção por suas duras e polêmicas declarações, não dá para negar que o cara tinha sim um talento nas pistas. Rookie of the Year na Indy em 1994, campeão em 1995, vencedor das 500 Milhas de Indianapolis, tudo isso com o carro da humilde Green, o canadense enchia os olhos do mundo e acabou atraindo o olhar de Frank Williams. Resultado: vice-campeão na primeira temporada e campeão na segunda. Apesar de depois disso sua carreira ter caído de forma vertiginosa, ficou a lembrança do talento do filho de Gilles. Talvez ele não tivesse o carisma do pai, mas Jacques teve algo mais visto no esporte: título.

Porém Jacques sempre teve outra paixão que se desenvolveu ainda em 2000, quando corria na equipe B.A.R.: a música. Em 2006, Villeneuve começou a compor algumas canções e pretendia realmente lançar uma carreira artística. Meio excêntrico, não? Afinal os pilotos mesmo aos se aposentarem das pistas, procuram carreiras que envolvam carros, salvo raros casos, como Pedro Diniz, que largou tudo e hoje mexe com fazendas. Mas a música realmente é algo diferenciado para os pilotos.

Mas mesmo assim Villeneuve quis arriscar. Então no ano seguinte, Jacques lança... um album. Sim, um long-play com 13 faixas, batizado de Private Paradise. O lançamento foi no dia 19 de Fevereiro de 2007 no própria cafeteria de Jacques, na presença de diversos repórteres e público. Quando perguntado sobre a expectativa, o canadense foi otimista: "Eu espero que o álbum seja de muito sucesso. Eu jamais faria algo na esperança de ser criticado!" Porém o resultado não foi tão bom assim: com um mês de lançamento, apenas 233 cópias foram vendidas na província de Quebec e fora dela, apenas 30 unidades do disco foram levadas para casa. E não melhorou não, pois até o fim do ano, as vendas não chegaram a mil cópias.

Com o advento do streaming musical, o acesso à músicas pouco conhecidas ficou mais fácil para todos. Dificilmente você vai achar um Private Paradise em CD para vender, mas nos serviços de música online como Apple Músicas, Deezer, Spotifye Google Play, ele está lá.
Sobre a qualidade, as vendas baixas são explicadas. O álbum é ruim, tem músicas monótonas, a voz de Villeneuve não se enquadra com a proposta musical do estilo proposto e mesmo mesclando músicas em Inglês e Francês, nem isso salva do insucesso. Talvez seja por isso que Jacques não quis arriscar continuar esta carreira e lançar mais material. Há pessoas que foram feitas para fazer determinadas coisas e só. Jacques Villeneuve foi campeão de tudo: F1, Indy, 500 Milhas, mas mesmo depois de se aposentar das pistas, o melhor que ele poderia ter feito, era apenas ficar nos boxes, mesmo que falando besteiras, afinal isso ainda é divertido. Private Paradise não é nem isso e sequer honra ter Paradise no nome, porque ao ouvir você se sente em qualquer outro lugar, e não em um paraíso.
Mas, para quem quiser ouvir, seguem os links abaixo nos principais serviços de streaming. Talvez vocês pensem de forma diferente a mim e gostem. Fica a critério:
https://www.deezer.com/pt/album/7725010
https://itunes.apple.com/br/album/private-paradise/216589027?l=en
https://play.google.com/store/music/album/Jacques_Villeneuve_Private_Paradise?id=Bfn3bfg4euztusdhlv5gq6qnnpe
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