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Autonomia ainda é o grande problema das motos elétricas. #Motos #Eletrica #MotoEletrica #Shorts

Alex Neres
Autonomia ainda é o grande problema das motos elétricas. #Motos #Eletrica #MotoEletrica #Shorts
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MOTOS ELÉTRICAS - Atualmente estão fadadas ao fracasso
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  • Foto do escritor: Alex Neres
    Alex Neres
  • 17 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura


J.D McDuffie em sua pôde típica. O registro acima é o último de sua carreira, em Watkins Glen, 1991.

O título parece e é meio estranho se você não ler o texto. Imagina alguém que se dedicou em uma categoria do automobilismo durante 28 anos, totalizando 653 largadas e nunca sequer conseguiu sentir o gostinho da vitória. A vida tem muitas das situações que a vitória parece nunca chegar em determinados aspectos, mas uma hora acaba chegando. Todavia muitas vezes não chega e acabamos marcados para a história por outras coisas, sejam elas boas ou ruins. E a história de hoje, infelizmente é marcada por um dia triste. Falaremos a seguir sobre J.D. McDuffie.


Figura icônica da NASCAR, John Delphus McDuffie Jr. nasceu na Carolina do Norte em 1938 e começou a correr desde cedo. Como a maioria dos pilotos da terra do Tio Sam, após sair do Kart, ele foi para os midgets - aquelas gaiolinhas que correm feito loucos em ovais de terra. Sempre utilizou o número #70 em seus carros, pelo fato de, segundo o próprio, era fácil de pintar nos carros e de lembrar. Após ganhar algumas corridas de menor expressão no seu estado natal, finalmente surge a chance de estrear na Grand National Cup (hoje Monster Energy Cup), a categoria máxima da NASCAR.

O primeiro ano de J.D, 1963, aqui disputando posição com Fred Lorenzen (#28)

Sua estreia foi na Speedorama 200 de 1963, realizada no oval de Myrtle Beach Speedway, Carolina do Sul, pilotando um velho Ford 61. Apesar de ser um excelente piloto em pistas de terra, seu sucesso nunca se repetiu no asfalto. McDuffie nunca conseguia resultados expressivos. Seu melhor resultado foi em 1971 em Albany-Saratoga, quando conseguiu um 3º lugar. Sua única pole-position foi da Delaware 500 de 1978. Sua aventura na categoria era cheia de histórias inusitadas. Corria com baixíssimo orçamento, de forma independente e costumava ele mesmo comprar seus próprios chassis. E mais: em 1988, ele ficou com queimaduras de segundo e terceiro grau após um acidente no qualifying em Daytona. O motivo? McDuffie não estava usando luvas anti-chamas, pois elas foram roubadas antes do treino.

Em Daytona, 1988, com as mãos queimadas após ter tido suas luvas roubadas.

Em 1991, J.D. vinha em uma temporada ruim, não tendo se classificado em 9 provas até então. Na corrida de Watkins Glen, ele largou em 35º lugar e vinha perseguindo o piloto Jimmy Means. Porém na 5a volta, os carros se tocaram e McDuffie acabou perdendo uma roda e consequentemente o controle do carro na curva 5. Os carros passaram pela grama a aproximadamente 170mph até colidirem na barreira de pneus. Porém a pancada do carro de McDuffie foi tão forte que o carro bateu nos pneus, no guard-rail e se projetou para cima, caindo de cabeça para baixo. Means, que nada sofreu logo desceu do carro, e ao olhar para dentro do carro capotado de J.D., logo agitou os braços por socorro, indicando a gravidade da situação para os fiscais.


O trágico acidente em Glen, que lhe custou a vida.

O carro da última corrida. Sempre independente, e sempre com o número #70.

A prova foi paralisada por 1h48m para remoção dos carros, reparação do guard-rail e resgate. Todavia antes mesmo da prova recomeçar, o assessor de imprensa da NASCAR Chip Williams anunciou na transmissão que a morte de J.D. McDuffie havia sido instantânea devido à uma fratura na base do crânio. Nesta altura, o piloto americano conseguiu acumular 653 provas, sem nenhuma vitória, que permanece até hoje um recorde (negativo, ok) na categoria. Outro recorde que o piloto detinha era de mais vezes ter chegado na última colocação, 32 vezes, recorde que só fora batido por Joe Nemechek em 2014.


O acidente acendeu um alerta vermelho sobre a curva 5 da pista de Watkins Glen. Um mês antes, o piloto da IMSA Tommy Kendall quebrou as duas pernas após bater forte de frente na mesma curva. Coincidentemente, a causa do acidente também foi uma roda quebrada. Após os dois incidentes, foi instalada uma chicane na reta oposta de Glen, que permanece até hoje.


J.D. McDuffie apesar de pouca expressão em resultados, é lembrado pelos mais puristas da NASCAR. Era um piloto que comprava o próprio carro, ele mesmo metia a mão na massa para arrumar, corria como podia e driblava as dificuldades sem medo dos cartolas. Era um piloto "raiz" como seria chamado hoje caso tivesse mais notoriedade. Não era raro ver consertando o carro com uma chave na mão e um charuto debaixo do bigode.


Ler que ele tem uma estatística tão ruim, de tantas corridas e de nunca ter ganhado pode parecer algo triste, algo que nos desmotive quando achamos que não somos capazes de algo que tentamos, tentamos e nunca conseguimos. Mas foram 53 anos vivendo e fazendo com amor aquilo que gostava. Vitórias, poles... Correr tanto tempo e mesmo assim ainda ter motivação para esperar a próxima corrida e mal saber se vai largar é um triunfo que vale mais do que qualquer vitória em Daytona. Fica a reflexão.


That's All Folks!

 
 
 

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